segunda-feira, 30 de julho de 2012

GUAJARÁ CIALDINI

"Fumo de rolo é cachaça, pé de goela é gogó e Guajará no Varandão é o melhor forró". (Guajará Cialdini)
Nascido em Sobral, José Guajará Gomes de Almeida (1941-1995), o Guajará Cialdini, ingressou no rádio em sua terra e tinha, como marca registrada, os inúmeros jargões e ditos populares do caboclo sertanejo.
“Pra quem gosta, catinga de bode é cheiro”.
Por sua maneira alegre de comunicar, versatilidade e do conhecimento da vida matuta marcou época com o seu “No Varandão da Fazenda”, na Rádio Tupinambá, e “Guajará no Varandão”, na Educadora. Apresentou, também, "Matutino Tupinambá", com diversos parceiros, e “O seu presente é música”, somente aos domingos.
“Pau que nasce torto, até a cinza é de banda”.
Após anos de sucesso na radiofonia sobralense, transferiu-se para Fortaleza, onde exerceu com o mesmo brilhantismo a profissão que o projetou nacionalmente no estilo. Sua fama se espalhou por serras, sertões e cidades. Segundo o radialista Nonato Braga, quando Guarajá Cialdini visitava outras cidades era recepcionado pelo prefeito e vaqueiros que, em fila, entoavam aboios.
“Quanto mais o bode empina, mais certa é a martelada”.
Guajará Cialdini foi um boêmio de quem todos gostavam de privar da companhia. Autor de tiradas espirituosas, foi um homem polivalente e de raro talento. Quando jovem, chegou a tocar bateria, tornando-se, mais tarde, também compositor. Em parceria com Messias Holanda, compôs várias canções de sucesso, tais como, Coma ovo; Mulher não paga; Olha o tamanho da bichona; Minina da mala, além de composições feitas com outros músicos.
“Não pode ir pra festa armado e nem com cacete de lado”.
Trabalhou, também, como bancário em Sobral, no extinto Banco da Bahia e, em Fortaleza, no extinto Banco Nacional da Habitação (BNH), onde se aposentou.
“São Jorge só tem um, mas cavalo tem aos montes”.
Em seus últimos dias, era líder de audiência na Rádio Assunção Cearense.
“Arribando o chapéu de couro pra riba, são…”.
"São coisas nossas, coisas do coração, e não se pode esquecer", como diz o seu amigo jornalista Artemísio da Costa.
(Adaptado no texto de Artemísio da Costa, jornalista do Jornal Correio da Semana)