segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

PÉROLAS DE ARTEMÍSIO DA COSTA


Vade retro!

É o que bradam contra o álcool muitos seguidores de Baco sempre que se inicia o período quaresmal, ocasião em que passam a enfrentar mais um recesso (etílico) voluntário. Para alegria das famílias e tristeza dos donos de bares essa saudável experiência vem se difundido muito.
Movidos apenas pela curiosidade do desafio, até mesmo bebedores sociais e diaristas moderados (e há?) vêm aumentando o número dos quaresmeiros.
Com isso, eles dão um descanso ao fígado; muitos também aproveitam para aparar arestas no lar; equilibrar finanças e desintoxicar o espírito, culminando, muitas vezes, no abandono definitivo do copo.
Já outros, acossados pela síndrome da abstinência, transformam-se num “porre” de sobriedade para familiares e amigos, massacrando-os com sua impaciência e sua impertinência, forçando-os até a considerar que melhor seria sem o recesso.
Mesmo assim, vale tentar o desafio. Mas o pior são as últimas tentações: lutar para abandonar o álcool. Ou, não sendo possível, pelo menos voltar a ele com menos sede.
Para tanto, os candidatos têm de sobreviver à aparente lentidão do ponteiro que parece não querer ultrapassar a meia-noite da Sexta-Feira Santa.
Vai encarar?
(Da Coluna de Artemísio da Costa - Correio da Semana)