segunda-feira, 31 de março de 2014

CID PODE SER O QUINTO A RENUNCIAR

Caso Cid Gomes confirme, até 5 de abril, que renunciará ao mandato para viabilizar a candidatura do irmão Ciro Gomes ao Senado, será o quinto governador cearense a deixar, nos últimos 50 anos, a gestão antes do previsto em prol de interesses políticos. Para especialistas consultados pelo Diário do Nordeste, é incerto o impacto de uma possível saída do chefe do Executivo Estadual ao andamento do Governo, mas, na hipótese de renunciar, Cid continuaria atuando nos bastidores do Palácio da Abolição.
O coordenador do mestrado de Políticas Públicas da Universidade Estadual do Ceará (UECE), Horácio Frota, enfatiza que a frágil oposição no Estado acaba fortalecendo a figura do governador cearense, mesmo desligado do cargo. Para o professor universitário, Cid só tomará qualquer decisão com a chancela do Governo Federal para minimizar o desgaste da gestão.
"Tudo que está sendo feito aqui é negociado com a (presidente) Dilma, os investimentos... Eu não acredito que ele vá sair rompido com o PT, porque seria o fim dele", ressalta. O docente pontua: "Se olhar para a vinda da presidente Dilma (ao Ceará), o fato de ela estar se referindo a ele como senador. Isso pressupõe resultado de uma negociação".
O cientista político Josênio Parente afirma que, até os anos 1960, algumas lideranças renunciavam para derrubar partidos da oposição. Ele minimiza os impactos da saída de Cid ao andamento dos projetos tocados pela atual gestão. "Um bom administrador consegue fazer a continuidade, independentemente da pessoa que esteja lá, para o eleitor ficar cada vez mais fiel", diz. (DN)