quinta-feira, 9 de outubro de 2014

A POLÍTICA E A GUERRA

Sob qualquer ângulo que se encare, política e guerra são duas atividades humanas muito próximas.
É muito conhecida a célebre frase de Clausewitz (1780-1831), militar prussiano, historiador e teórico militar sobre a guerra: “A guerra é a continuação da política por outros meios".

Se Clausewitz tratou da guerra como uma extensão da política, para Maquiavel, a política era indissociável da guerra. O príncipe, treinava para governar, adestrando-se nas artes da guerra, e a estratégia militar era também uma estratégia política.

Maquiavel, na sua obra e com bastante freqüência, tende a assimilar a dimensão política na militar e as leis, no uso da força.

Veja-se a propósito o texto mais importante escrito por Maquiavel sobre as leis: “Os fundamentos do poder de qualquer estado, seja ele novo, antigo ou misto, são as boas leis e as boas armas. Como não pode haver boas leis onde não há boas armas, e, onde há boas armas deve haver boas leis, eu não vou discutir leis, vou discutir armas”. (N.Maquiavel- Príncipe- Cap XII).
A guerra, no contexto histórico em que Maquiavel viveu, era guerra mesmo. Os principados italianos no período do renascimento frequentemente estavam em guerra entre si, com nações europeias unificadas, como França e Espanha, além de lidar com a violência política internamente.
Neste ambiente social, segundo Maquiavel, o político lúcido deve ser capaz de prever, com a devida antecipação, aquelas situações de conflito que, mais cedo ou mais tarde, eclodirão como guerras. (Política para políticos)