domingo, 4 de dezembro de 2016

CAIXA DOIS: MANOBRA NA SURDINA

Uma nova manobra está sendo urdida em Brasília. Em situações do gênero ninguém assume nada, mas especula-se que a paternidade esteja no meio acadêmico. A meta é resolver a vida de quem recebeu caixa 2 nas campanhas eleitorais – e das empresas que doaram. A regularização viria por projeto de lei criando uma janela para a regularização da grana não declarada, pagando multa à Receita Federal. Inspiração pura na lei de repatriação de recursos. Resolve o problema fiscal do caixa 2, mas não a prática de outros crimes, tipo corrupção. Quem defende eleições limpas não pode concordar com isso.


Atropelados pela Câmara, que transformou em veneno contra os autores as Dez Medidas contra a Corrupção, a equipe da Lava Jato não renunciará. Diante da ameaça de enquadrar promotores e procuradores na Lei de Abuso de Autoridade, o receio não é de condenações, mas do processo em si. “Boa parte dos acusados têm grandes advogados” – diz o procurador Deltan Dallagnol (foto). “A tendência é que movam processos em massa, unicamente para que o tempo dos investigadores seja consumido nas próprias defesas. Ninguém conseguirá trabalhar”.