quarta-feira, 18 de outubro de 2017

O FATOR TASSO

Para quem o queria aposentado, Tasso Jereissati se revela hiperativo. E pra quem acha que a tucanada é murista, o senador cearense é uma ave fora do ninho. Ele fez uma inflexão no PSDB ao assumir a presidência, devido ao afastamento de Aécio Neves, quando produziu o vídeo da propaganda partidária com o já famoso “erramos”. E se atritou com a ala sob a aba do senador mineiro, ao se aliar aos “cabeças pretas” do partido, que defendem o rompimento com governo, mas com apoio à sua agenda – fórmula tipicamente tucana.
E agora, depois de salvar o mandato de seu correligionário, diz que não tem como se manter nessa presidência provisória. Quer o cargo em definitivo e se reeleger na próxima convenção, que renovará o diretório. Deu uma chega pra lá em Aécio, que não tem saída: ou renuncia ou rompe. Se Tasso assumir, repete recente história de Temer. Vice, presidente provisório durante investigação, e presidente em definitivo.
Como Aécio deve focar sua energia na tarefa hercúlea de se defender na Justiça, Tasso se projeta no cenário nacional, com relevância nas eleições presidenciais e com poder de redesenhar as forças políticas nativas.
No primeiro balão de ensaio que especulava sua candidatura, houve polvorosa não apenas nos que podem ter prejuízo se a hipótese se concretizar, como em todo meio político, que não falou noutra coisa. Foi até chamado de novo, aquele senador em segundo mandato e três vezes ex governador do Ceará. No terceiro mandato, o projeto mudancista já demonstrava fadiga de material e o governo com dificuldade de pagar o custeio.
Quando derrotado na reeleição ao Senado, anunciou sua desilusão em relação à Politica, ao dizer que pensava em pendurar a chuteira.
Pelo ânimo atual, vai parar no PSG.
(Inconteste)